O poema “Perguntas
de um trabalhador que lê” de Bertold Brecht questiona com razão uma concepção
histórica e social muito forte. Alguns pensadores chamam de “Dualismo Estrutural”, segundo esta
leitura da realidade, alguns são constituídos, formados ou pagos, para pensar e
outros para executar.
A reificação
das obras, dos méritos, das conquistas geralmente recai sobre quem concebe, sem
levar em consideração quem executa.
A música “Cidadão”
(composição de Lúcio Barbosa, gravada por Zé Geraldo, Zé Ramalho, entre outros
músicos) deixa bem clara a angústia e decepção do trabalhador que participou de
construções de diversos prédios com certa relevância social, dos quais, após
prontos ele não pode nem entrar e ainda é confundido com ladrão, se tornando um
invisível social no contexto das obras edificadas que participou da construção.
Na história,
os personagens, fatos, méritos, entre outros, são destacados a partir da ótica
e lógica dos detentores de poder político e/ou poder econômico, ficando a
margem as pessoas que participaram do processo, quer executando, quer sendo
vilão, quer sendo vítima dos processos históricos e sociais.
Obs.:
Para ouvir a música e ler a letra
“Cidadão” interpretada por Zé Ramalho http://letras.mus.br/ze-ramalho/75861/
Para ler o poema “Perguntas de um
trabalhador que lê” de Bertold Brecht
http://pt.wikipedia.org/wiki/Usu%C3%A1rio(a):Pedro_Castro
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